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Poesias-->Companheiras -- 28/03/2000 - 11:16 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Recebo ordens

e me calo,

como um pássaro acuado.



Recebo ordens

e deixo a vida passar.



Eles me confundem com

pajens mal pagos

e doloridos.



Se cores vazias

escorrem pelo meu corpo

é culpa dos intempéries da ordem.



É ordem superior –

me acautelam – é do

Mestre, do Ouvidor do

Rei de poucas terras.

Mas são ordens!



Em que precipício cai?



Vindo não sei de onde,

E sempre partindo malaio

tentando alcançar algum amanhã.

sem parche.



Mas são ordens

do ordenança que só é pago

para cobrar meus feitos

E meus mal afiliados desastres.



Um dia, homem posto,

de uniforme rotudo,

cetins priscos e sapatos

galhardos,

recebi ordens da rainha

que, pobre como eu,

também as recebia.



E ela me pediu, suplicou,

e eu mal diga, deixou-se

em lágrimas, pedindo um sofoco

de ajuda.



E como nunca fui herói

nem guerreiro, nem dos centuriões,

e menos ainda na vida real,

Acalentei suas ordens.



Eram simples e polutas:



Queria um dia saborear o

frescor da noite e apaziguar-se ao

orvalho, ao brilho do sol e

penetrar por campos floridos.



E, tomado por destemido,

lá fui eu com as ordens

nas mãos, e uma alegria no coração.



Então as cumpri

de tomado:



Trouxe para ela outra rainha,

meiga, olhos esverdeados

de pura alegria, terna e

companheira.

Mulher de gente, sem ordens,

pura, cristalina como a água

mais pura, dengosa e cheia

de meigos e afetos norteados.



Mulher de gente, mulher amada.



Ah! Vivazes companheiras que

já morreram!



E a ela levei.



Então,as duas, horas sem fim,

dias e dias, e depois, como

contam as fadas, anos imensos

e iluminados,

onde só resplandecia o verão,

as duas se amaram como

flores simples de um jardim

querido.



As duas viveram juntas,

longe do olhar suspeito do

poderoso rei que só se satisfazia

em caçadas plenas.



E me tornei herói em seu coração

por cumprir uma simples ordem

da generosa rainha.



E um dia, já velho,

morando nos costados do

castelo, recebi estas singelas

palavras numa carta esmorecida

de perfume humano:



“Meu encanto, por ordem

minha e de minha amada,

e também, desejo do meu espírito,

consegui vislumbrar a noite

majestosa, de estrelas simples.;

me banhei ao luar e me escorri pelo

orvalho simples que me aproximava

da noite, onde cálidas mãos me

atordoavam de alegrias.



Numa vida, ganhei duas.

e agradeço ao nobre ordenança

por ter conhecido as raízes da terra

e o outro do mundo onde só o

sol brilha.



Agradeço por meu

mundo ter penetrado

e lá descoberto meus anseios

e nobres desejos.



Por isso lhe remeto esta

flor de sua rainha, hoje e sempre,

sua estrela da sorte, sua, agora e sempre,

duas criada por inteiro.”

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